Por Rogério Gama
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“Após a crise, o Franchising terá alguma vantagem em relação a outras formas de empreender?”
Saber formular corretamente as perguntas é o primeiro passo, embora não seja o início, para encontrar as melhores respostas em qualquer situação. A pergunta acima contém um equívoco – o de pensar que haverá um “após a pandemia”, do mesmo modo quando falamos “após o Natal…”, “após o Carnaval…” Faria mais sentido se a pergunta começasse com um “daqui pra frente…”, visto que muita coisa jamais voltará a ser como antes.
De qualquer modo, como diz o velho e bom ditado, “Pau que dá em Chico dá em Francisco” – o Franchising estará sujeito aos mesmos impactos que atingirão outras formas de empreender.
Por exemplo, a crescente opção pelo trabalho em “home-office” implicará grandes mudanças, principalmente na gestão de pessoas; o medo que muita gente ainda tinha do e-commerce foi simplesmente atropelado pela necessidade; sem falar no lazer e no consumo de bens e serviços que já estão revelando novos hábitos e preocupações dos consumidores.
De que precisarão as empresas para não apenas sobreviverem, mas prosperarem nesse mundo novo?
Pelo menos, 3 competências serão altamente desejáveis:
- Velocidade na implantação de inovações. A transformação digital deixou de ser uma opção. Sem os recursos digitais não será possível sequer entrar no jogo. Ganhá-lo será impossível.
- Gestão profissional, pois o nível de exigência dos consumidores irá aumentar em muitos aspectos: atendimento, padrão de qualidade, segurança e conveniência.
- Colaboração. O universo corporativo será menos “manda quem pode e obedece quem tem juízo” e mais “tu me ensinas a fazer renda que eu te ensino a namorar”. As empresas com perfil colaborativo serão as que melhor irão potencializar os benefícios das experiências e dos conhecimentos compartilhados.
Velocidade, gestão profissional e colaboração fazem parte do DNA do Sistema de Franquia. Essas e outras importantes competências explicam o sucesso dessa forma de empreender no Brasil e no Mundo. Basta compararmos o crescimento do PIB brasileiro com o crescimento do Franchising para constatarmos o vigor desse modelo de negócio.
De fato, os impactos a que o Franchising estará sujeito daqui pra frente não diferem daqueles que irão impactar todas as outras formas de empreender. Mas a posse das competências necessárias para lidar com esses impactos fará toda diferença.
Resumindo: O Sistema de Franquia não tem todas as respostas para esses novos tempos, mas, com certeza, é o modelo de negócio com mais recursos para encontrá-las.
Como escreveu o filósofo Schopenhauer, “O destino é que embaralha as cartas, mas somos nós que jogamos o jogo”.
Independentemente do quanto “as cartas” desse novo mundo estiverem embaralhadas, o Franchising saberá jogar o jogo do crescimento e da prosperidade.
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Rogério Gama é Diretor Adjunto de Relações Institucionais da ABF Rio (Associação Brasileira de Franchising). Psicólogo, Mestre em Administração de Empresas pela PUC Rio, Master Coach pela SLAC – Sociedade Latino Americana de Coaching e especialista em Psicologia do Trabalho pela FGV RJ. Autor do livro “Franchising em 101 Perguntas” (a ser lançado oportunamente) e coautor dos livros “Franchising – Aprenda com os Especialistas” e “Franchising nas Linhas e Entrelinhas”.
Foto de capa: Artem Beliaikin no Pexels