Com décadas de sucesso, marca do tradicional doce de infância ganha uma família inteira de produtos e moderna identidade visual para cair novamente na graça dos brasileiros e conquistar novos fãs
Alguns doces nos levam a uma tenra sensação de nostalgia da infância. Quem não se lembra, por exemplo, daquele docinho quadriculado à base de amendoim, vendido por unidade em escolas, bancas de jornal, padarias? Era praticamente impossível comer um só. E se você pensou no clássico Dadinho, acertou, mas isso não quer dizer que esteja ficando velho, apenas que teve o prazer de acompanhar e experimentar o sucesso de um dos doces que conquistou uma legião de fãs e gerações.
A marca “Dadinho” foi lançada em 1954 pela extinta Dizioli e depois adquirida pela Doce Sabor. Mas o nome foi criado pelos próprios consumidores devido ao seu formato em cubo. Foi um dos primeiros produtos nacionais a utilizar papel metalizado na embalagem, sendo uma inovação para a época.
Atravessou gerações e agora, com mais de 60 anos, deu uma reviravolta no mercado, apresentando uma linha imensa de produtos, com nova roupagem e características. O diretor de marketing da empresa, Anderson Siqueira, em entrevista exclusiva à Gestão & Negócios, fala dessa nova fase da marca no mercado e como a empresa nunca perdeu a majestade entre os consumidores.
Gestão & Negócios: Vocês já se tornaram uma empresa tradicional no segmento de doce de amendoim, com mais de 60 anos. Como foi construído esse reconhecimento no mercado?
Anderson Siqueira: O Dadinho foi lançado em 1954, ano em que São Paulo comemorou seus 400 anos – evento que ficou conhecido como IV Centenário, sendo este o nome oficial dado ao doce em seu lançamento. Posteriormente foi apelidado pelos próprios consumidores como “Dadinho” (devido ao formato). Porém, o Dadinho foi criado pela extinta Dizioli e, mais tarde, adquirido pela Doce Sabor. Acreditamos que o reconhecimento tenha vindo da força da marca por meio da simpatia que o consumidor adquiriu pelo produto.
Ter mais de 60 anos no mercado é uma forma vitoriosa de provar o verdadeiro sucesso. Mas em algum momento nesses anos todos a marca sofreu alguma baixa no mercado?
O Dadinho teve um boom de comunicação nos anos 1980 e 1990. Nos anos 2000 houve uma baixa em evidência no mercado, porém não houve baixa no volume de vendas. Dizemos que o Dadinho possui mais que consumidores, têm fãs que se mantêm fiéis, mesmo em épocas de menor exposição.
Quando e quais foram os motivos que levaram a empresa a modernizar e ampliar a sua linha de produtos no mercado? E por que “só agora”, ou seja, depois de tantos anos?
Olhando para o mercado, percebemos que algumas marcas expandiram seu mix de produtos, trazendo novas experiências para o consumidor. Como já comercializávamos algumas categorias, como wafer e bombom, chegamos à conclusão de que o consumidor assimilaria bem o Dadinho nesses novos formatos. Foi o que aconteceu. Quanto ao “só agora”, sempre ouço nos corredores da empresa uma frase: Tudo tem o seu tempo!
Quando e por que decidiram que também era hora de reformular a identidade visual?
Com a chegada dos novos produtos, a identidade visual passou por uma revitalização, tornando a marca mais moderna, mas sempre preservando as características e os elementos tradicionais. Houve uma revitalização. Em 2016 lançamos simultaneamente wafer recheado, creme, bombom wafer – a ideia foi apresentar uma família de produtos para as famílias daquelas gerações que cresceram comendo Dadinho. Hoje essa família cresceu um pouquinho mais, com novas apresentações dentro de cada segmento: linha míni – minibombom wafer (em embalagem mais moderna, stand up pouch), minissachê com o creme (primeiro creme de amendoim em sachê do mercado), miniDadinho (um sucesso! Em pote de 150 g – já desembrulhado. Linha food service – ideal para confeiteiros. Bombom Dadinho – que foi a “cereja do bolo”, pois o brasileiro adora bombons (tipo bola). E, neste ano, lançamos os sortimentos em caixas Família Dadinho (180 g e 240 g), caixa de bombom Dadinho com 162g (9 unidades). Ideais para presentear. E apresentamos na feira APAS o wafer Dadinho Duo (recheio duplo de Dadinho e Chocolate).
Vocês praticamente decidiram se reinventar e se modernizar bem no meio da crise econômica brasileira. Uma forte estratégia que tem dado certo?
Deu muito certo, fomos na contramão da crise e nos reinventamos na hora certa. A crise não bateu à nossa porta.
E em relação à concorrência, quais as estratégias para vencê-las?
O Dadinho é um produto único, com concorrentes indiretos de produtos à base de amendoim, como paçocas. Os outros produtos da família têm as características do Dadinho (sabor, maciez…), o wafer Dadinho é o mais recheado do mercado, o creme de amendoim Dadinho é feito com um processo de refino que traz similaridade à textura macia do Dadinho. Tudo isso foi pensado estrategicamente para que os produtos fossem fiéis ao original.
É verdade que com o tempo a distribuição do Dadinho ficou restrita só ao estado de São Paulo?
A distribuição do Dadinho nunca foi restrita ao estado de São Paulo, embora o produto seja mais distribuído na região Sudeste. Isso é um mito. Eu acredito que esse mito exista pelo fato de o produto ser uma homenagem à cidade de São Paulo. O Dadinho é totalmente paulistano, mas também é brasileiro. Queremos que todos tenham cada vez mais acesso aos produtos, por isso lançamos o e-commerce – assim qualquer região pode ter acesso aos produtos da marca.
Onde fica a fábrica de vocês e como funciona o processo de produção e distribuição hoje?
A fábrica já foi instalada em São Paulo e hoje o produto é produzido pela Bono Gusto Alimentos – Indústria e terceirização de alimentos em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, com supervisão da Doce Sabor, detentora da marca.
Uma grande curiosidade do público sempre será: qual, afinal, é o segredo de tanto sucesso e de tantos anos do doce mais amado do Brasil?
Eu acredito que, além de o amendoim ser muito apreciado pelos brasileiros, o Dadinho se popularizou pela tranquilidade de a mãe oferecer ao filho um produto gostoso, macio, sem risco de a criança engasgar, por exemplo. Também não tem açúcar em excesso. Um quadradinho tem apenas sete calorias.
Como vocês têm trabalhado toda a divulgação e fortalecimento da marca hoje?
Basicamente em redes sociais e assessoria de imprensa – planejamos ampliar a comunicação para a massa, porém estamos trabalhando em espiral, de dentro para fora, com afinco na distribuição. O produto precisa estar bem pulverizado no mercado, para comunicarmos a todos: Vai lá que tem Dadinho!
Quais os próximos passos da marca no mercado?
Ampliar a distribuição. Comunicar com as gerações mais jovens. Queremos que o menino de oito anos daqui a dez anos pense: “Dadinho, amo! Lembra a minha infância!”. Nunca vamos deixar isso morrer, afinal: “Amor de infância a gente nunca esquece”.
Vocês já exportam o produto para outros países? Como está esse mercado para a empresa?
Pretendemos exportar. Frequentemente recebemos solicitações de consumidores, ou melhor, fãs que moram fora do Brasil querendo Dadinho. Em breve isso vai acontecer!
Qual o número de funcionários que a empresa possui hoje? Cerca de quantos produtos são produzidos todos os meses?
A fábrica Bono Gusto possui cerca de 200 colaboradores. A equipe Doce Sabor (detentora da marca) possui cerca de 50 colaboradores. E ainda temos muitos parceiros, como os representantes comerciais. Produzimos mais de 400 toneladas por mês. O Dadinho representa grande parte dessa quantidade. Como possuímos produtos que são consumidos no dia a dia do brasileiro (wafer, bombom, creme), a sazonalidade só agrega, como Festas Juninas, Halloween, Páscoa. Temos sempre resultados mais expressivos em vendas.
Qual o slogan da empresa? Permanece o mesmo?
Hoje acreditamos que o slogan oficial, que transmite a essência do Dadinho, é: AMOR DE INFÂNCIA A GENTE NUNCA ESQUECE, mas sempre usamos alguns como: É DADINHO QUE NÃO ACABA MAIS! A hashtag #TÁNOCORAÇÃO ou quando pensamos no Dadinho tradicional não tem como abrir mão do tão conhecido: É UM ATRÁS DO OUTRO!
Deixe uma mensagem para quem pretende abrir um negócio neste ramo.
Seja verdadeiro, olhe nos olhos do seu parceiro, encare o negócio como uma forma lucrativa, mas nunca perca a essência das relações humanas. Essa é a nossa filosofia, e, acredite, estamos todos muito felizes com os resultados.
Para os fãs!
Todos os produtos, inclusive as caixas especiais, combos promocionais e gifts exclusivos, como almofadas, canecas, camisetas com a frase “amor de infância a gente nunca esquece”, além de brinquedos como ioiô e peões, podem ser adquiridos na loja virtual da Dadinho: www.lojadadinho.com.br.

“Olhando para o mercado percebemos que algumas marcas expandiram seu mix de produtos, trazendo novas experiências para o consumidor. Como já comercializávamos algumas categorias, como wafer e bombom, chegamos à conclusão de que o consumidor assimilaria bem o Dadinho nesses novos formatos”
“O Dadinho é totalmente paulistano, mas também é brasileiro. Queremos que todos tenham cada vez mais acesso aos produtos, por isso lançamos o e-commerce”
Anderson Siqueira, diretor de marketing da Dadinho

Uma gama de produtos, como almofadas, canecas e camisetas, foi lançada exclusivamente para os fãs da marca.

Entre as novidades mais marcantes para os consumidores da nova família Dadinho estão as Caixas Bombom Bola Dadinho e a Caixa Família Dadinho Exclusividades.
Crédito: Divulgação/ Virou Notícia